domingo, 6 de junho de 2010

Sinais do tempo

Impressionante como uma piscina trazia-me, quando criança, tanta felicidade. Era o salto mortal, eram os segundos que aguentávamos debaixo de água, as corridas de natação, o nadar ‘à cão’, o repuxo de água a sair da boca, os penteados apalermados, o pino, a cambalhota, a bomba, eram as bóias que não nos mantinham em cima delas…enfim.
Agora, como adulta, incomoda-me especialmente a disponibilidade que as pessoas têm, quando à volta de uma piscina, para ver todas as imperfeições do meu fato de banho, depilação, pneu, casca de laranja e afins. É que vendo bem não há uma onda mais afoita, alguém que passe para dizer um olá, uma areia que se tenha que sacudir e outras coisas que distraiam o olhar mais clínico. Na qualidade de mãe, uma casa com piscina passou a ser um local tão tormentoso como aquele beco escuro a que qualquer momento pode aparecer um estripador qualquer. O coração está sempre na boca.

Sem comentários: