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Poder-se-á pensar no tipo de dor que uma criança de sete anos poderia sofrer ao ver a sua mãe tão fisicamente débil e psicologicamente frágil, mas, por incrível que pareça, cria-se uma gigante parceria e intimidade, até porque ambas precisávamos imensamente uma da outra. Se por um lado, por mil vezes precisou de mim para lhe dar o braço para ir ao cabeleireiro ou aquecer-lhe um prato de comida, por outro eu fui a grande companhia e energia da minha mãe pois não me esqueço das imensas gargalhadas ao ver-me a imitar as personagens das até então icónicas novelas brasileiras. Havia tempo, paciência, gozo, disponibilidade e não esta loucura do "não posso, vou trabalhar" coisa que insisto em repetir aos meus filhos porque a vida, ainda por cima em monoparentalidade, assim nos obriga.
Sabor amargo? Sim. Por solidariedade, agora que tenho filhos daquela idade. Porque as tristezas não acabaram por aqui (outra conversa que ficará pendente). E por amor à minha mãe. E por aquele dia que ela teve que ir de urgência para o hospital e ninguém me explicou que foi pela doença e não pela rosa que eu tinha arrancado da roseira, coisa que a enfureceu bastante e que me valeu bastantes dias de tormento e remorsos. De resto, gozei-a como ninguém conseguiu à sua volta. Tal era a dor.
7 comentários:
Estou terrível, quase que chorei. Comovida por um texto que já conheço muito bem, há muito tempo, por palavras ditas.
Mil beijos.
Muito bonito, querida Força. É por isto, e por tantas outras coisas, que é um orgulho ser tua amiga.
Gozarmos o máximo da sua presença e darmos-lhe a nossa, com amor!
É isto...
Pi, basicamente um dia nem me podes ouvir! :)
Anita, sabes que és correspondida não sabes?
Sufocada, é sufocá-la de mimo! :)
Não arrisco dizer seja o que for. Mas gosto muito de ti e por isso prontes.
Eu eu? o que eu gosto de ti? Ah!
Um testemunho que me deixou sem palavras.
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