É incrível constatar os erros crassos que a minha geração cometeu. Sim, quem nasceu na década de 70 é o mais alto (in)responsável por introduzir no panorama amoroso a “curte”, ou mais propriamente, o “amigo colorido”. E não, não foi em pleno Flower Power que se vivia esta realidade, aí tínhamos “one-night stand”, a génese de todo este incidente relacional. Não é preciso ser socióloga para chegar aqui.
O resultado é: menos pedidos de namoro, menos balões foleiros em forma de coração nos carros, menos sucesso nos casamentos, menos fidelidade, menos auto-estima. Já ninguém é conquista de ninguém e fica tudo entre o inseguro e o desesperando, vivendo o amor de uma forma que vai da desinteressada à sôfrega. Ridículo dos ridículos é quando vemos relações “coloridas” com cerca de dois anos…porque raio é tão difícil assumir que é um namoro? Ah, espera: é para poder dizer “somos amigos, nunca te prometi nada”. E assim se fica de bem com a consciência.
No fundo, @ amig@ colorid@ não precisa de pedir em namoro a ninguém pois tem o melhor de dois mundos. Tem relações experimentais e, por mais que até goste, está sempre com o pezinho de fora ou com o rabo alçado para levar um pontapé a qualquer momento.
Agora não há nada a fazer e está demasiadamente enraizado. Pois pudera, é mais fácil. Para mim, essas amizades coloridas têm pouco futuro, uma paleta cromática cinzenta e para andar por aí iludida com cores, prefiro fumar coisas, snifar cola ou comer cogumelos mágicos.
Venham essas gerações futuras com a coragem de assumir que o amor falha, que se podem enganar, que el@ pode não ser @ tal e que não é por causa disso que se perdeu tempo ou oportunidades. Namorem, for God sake.
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