quarta-feira, 3 de abril de 2013

“Não xei, foixe embora, não faj mal”


Foi só há dois anos que descobri que tive um amigo imaginário. Celebrava os meus 32 anos quando, entre irmãs e amigos mais próximos, a X diz “E quando tiveste, aos 3 anos, aquele amigo imaginário? Chamava-se ‘O Professor’ Ah ah ah!”. Aquela informação trespassou-me o coração, caiu-me como se de um irmão perdido se tratasse. Como era possível não saber ou não me lembrar, nem por um segundo, quem era ‘O Professor’?! Pois parece que passava os dias a cochichar com 'O Professor', a trocar risotas e, segundo a J, chorei no dia em que ele partiu os óculos, pois 'O Professor' não via nada sem eles. Contam que 'O Professor' foi mote para chacota, bem como preocupação naquela casa e a minha mãe apaziguava os ânimos com um “isso passa”. E passou. Tão subtilmente que nem me lembro dele, da sua companhia ou de qualquer lágrima que possa ter vertido por e com ele. Contam que pura e simplesmente deixei de falar e quando confrontada com a questão de onde estava 'O Professor' respondi “Não xei, foixe embora, não faj mal”

E foi só há dois anos, enquanto celebrava os meus 32 anos, que descobri que era muito mais razoável quando tinha 3. “Não xei, foixe embora, não faj mal” é de sobeja maturidade.

2 comentários:

Sufocada disse...

Sem dúvida que a maturidade, e não a sanidade, é de todo o foco da minha atenção neste post!
Bela captação ahaha :P

A Força Suprema disse...

ahahaahah Sufocada, Sufocada, estiveste lá agora!