sexta-feira, 31 de maio de 2013

Bom, como este blogue

andou uma grande lamechice nos últimos dias, decidi fazer um post "disruptivo"a nova palavra que faz furor na minha profissão, entrando directamente para o primeiro lugar na lista de léxico que me irrita, a par das palavras "gratificante", "alavancar", "catapultar"e todas as outras que tentem, de alguma forma, exibir abrangência de vocabulário, lá está, "disruptivo"

Assim, aqui vai o meu post disruptivo:

"O meu soutien está a apertar-me"


Bom fim de semana

Suprema, F***-se!



quarta-feira, 29 de maio de 2013

Hoje é o Dia


Mundial da Luta Contra a Esclerose Múltipla, uma doença que se descobriu atingir a minha mãe tinha ela 43 anos. Tudo começou de uma forma tão subtil quanto um desrespeitar das linhas de um caderno quando escrevia a lista de compras, um pequeno desequilíbrio ou a falência da destreza óptica, tendo a convicção de que eram "coisas da idade". Até ao dia que cai de uma cama porque, pura e simplesmente, o corpo não respeitou a ordem do cérebro "levanta-te e anda". Até ao dia que a voz, a visão e o simples acto de andar foi-lhe falhando. Até ao dia que perdeu toda a confiança nos seus movimentos, ficando refém de todo o tipo de apoio pois, há mais de 20 anos atrás, a informação e prevenção da EM era francamente menor.

Poder-se-á pensar no tipo de dor que uma criança de sete anos poderia sofrer ao ver a sua mãe tão fisicamente débil e psicologicamente frágil, mas, por incrível que pareça, cria-se uma gigante parceria e intimidade, até porque ambas precisávamos imensamente uma da outra. Se por um lado, por mil vezes precisou de mim para lhe dar o braço para ir ao cabeleireiro ou aquecer-lhe um prato de comida, por outro eu fui a grande companhia e energia da minha mãe pois não me esqueço das imensas gargalhadas ao ver-me a imitar as personagens das até então icónicas novelas brasileiras. Havia tempo, paciência, gozo, disponibilidade e não esta loucura do "não posso, vou trabalhar" coisa que insisto em repetir aos meus filhos porque a vida, ainda por cima em monoparentalidade, assim nos obriga.

Sabor amargo? Sim. Por solidariedade, agora que tenho filhos daquela idade. Porque as tristezas não acabaram por aqui (outra conversa que ficará pendente). E por amor à minha mãe. E por aquele dia que ela teve que ir de urgência para o hospital e ninguém me explicou que foi pela doença e não pela rosa que eu tinha arrancado da roseira, coisa que a enfureceu bastante e que me valeu bastantes dias de tormento e remorsos. De resto, gozei-a como ninguém conseguiu à sua volta. Tal era a dor.

Para desanuviar

ou não.



Maria - Oh Aníbal, já leste os jornais?
Aníbal - Li.
Maria - Leste a entrevista ao Sousa Tavares?
... Aníbal - Oh Maria o Sousa Tavares já morreu.
Maria - O filho…!
Aníbal - Mas o nosso filho deu uma entrevista?
Maria - Não! O filho do Sousa Tavares que morreu.
Aníbal - Morreu o filho do Sousa Tavares???? Temos que mandar flores.
Maria - Aníbal, Vê se me entendes: O Miguel Sousa Tavares, filho do Sousa Tavares que morreu, deu uma entrevista!!!
Aníbal - Ah!!! Aquele que é jornalista!!
Maria - Sim e advogado.
Aníbal - Nunca gostei de advogados… e muito menos de jornalistas. Desse Sousa Tavares não se aproveita nada!
Maria - Sim ok! Foi esse que deu a entrevista.
Aníbal - É interessante a Entrevista?
Maria - Então tu não leste?
Aníbal- Ando aqui às voltas com jornal que deve ser de ontem.
Maria - Qual jornal?
Aníbal - O Tal e Qual.
Maria - Mas esse jornal fechou há uma série de anos…
Aníbal - Foi? Bem que me estava a parecer estranho o Joaquim Letra estar tão bem conservado…
Maria - Não há paciência Aníba! Presta atenção. O Sousa Tavares chamou-te palhaço!
Aníbal - Foi? Que mal educado.
Maria - É so isso que tens para dizer? Não vais fazer nada?
Aníbal - Vou! Tenho o número de casa do pai. Vou lhe dizer para ver se põe o filho na ordem….
Maria - Mas o Sousa Tavares já morreu.
Aníbal - Mau Mau! Então como é que deu a entrevista?
Maria – Carambas! Para o que estava guardada…
Aníbal - Não precisas de te chatear. Se não conseguimos falar com o pai, falamos com a mãe… Conhece-la?
Maria - Oh Anibal desce a terra. A mãe morreu há montes de anos!
Aníbal - Não estava a falar da tua mãe!
Maria - Nem eu! Estava a falar da mãe do Sousa Tavares, da Sophia de Mello Breyner.
Aníbal - Sim. Essa mesmo. temos o número?
Maria – Irra! A mulher morreu!!! Percebes?
Aníbal - Mais flores? Não temos dinheiro para isto…
Maria - Esquece!
Aníbal - Então e um tio dele?
Maria - Um tio???? Qual tio?
Aníbal - Por exemplo, aquele que é actor! O Sr. Contente!
Maria - O Nicolau Breyner?
Aníbal - Esse mesmo. temos o número dele?
Maria - Mas por alma de quem é que vais ligar ao Nicolau Breyner?
Aníbal - Para lhe fazer queixa do sobrinho.
Maria - Mas o Sousa Tavares não é sobrinho do Nicolau Breyner? De onde te saiu essa ideia?
Aníbal - Tem o apelido da mãe, mas foste tu que falaste nele…
Maria - Pois! Tu também tens o mesmo apelido da Ivone Silva e ela não era tua tia, pois não?
Aníbal - Quem é essa? Não estou a ver.
Maria - Não estás ver e não vais ver porque também já morreu.
Aníbal - Mas o que é que se passa hoje? É só mortos!
Maria - E eu devo ir a seguir…
Aníbal - Não digas isso. É pecado.
Maria - Pecado é ter que te aturar meu Palhaço. Ooops!!! Esquece a entrevista!

domingo, 26 de maio de 2013

Emancipação Feminina

A julgar pelas coisas que leio num grupo fechado do facebook chamado "Mães", percebo que esta coisa da emancipação feminina está para ficar pois andam por lá a medir pilas. Mas pior-pior é o que leio no "Mães na Monoparentalidade" cujo efeito adverso é começar a olhar para o Jumento como se ele fosse um pequeno pónei fofinho. Não me tirem tudo, sff.

Ah, falando em tirem. Há mulheres que andam a tirar duas coisas aos maridos que participam naquelas fotos que agora estão na moda. Sim, aquelas fotos de estúdio, em que todo um agregado familiar se junta, descalço, de calças de ganga e camisa branca, exibindo toda uma ligação que não chega aos calcanhares de uma foto de família com um jardim em pano de fundo e que um dos putos, que chatice, foi apanhado pelo flash no momento em que tirava o macaco do nariz. Podiam pensar que as duas coisas que as mulheres tiraram aos maridos foi a dignidade e a masculinidade, mas não. Tiraram-lhes mesmo os tomates. Enfiaram os ditos na mala, mesmo à porta da Instanta e eles nunca mais os vão recuperar pois não há incêndio ou avaria grave no disco rígido que os safe. Estão no facebook. As suas caras de "os meus tomates estão dentro da mala da minha mulher" estão no facebook. Isto é trágico.





sexta-feira, 24 de maio de 2013

É que com a mãe foi tarde demais

Sabem? Vou treinar os meus filhos para não terem emoções. Vou treiná-los para não imaginarem nada de bonito, romântico, apaixonado, significativo ou optimista, o que seja. Vou treiná-los apenas para reagir a estímulos do tipo levanta, come, trabalha, sorri, beija, produz e reproduz. Vou tirar alguns fios ao cérebro e ao coração, de maneira que eles tenham os mínimos olímpicos para serem socialmente aceites, amorosamente eficazes, laboralmente produtivos e humanamente robustos.

Eu quero o melhor para os meus filhos.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Há dias em que te sentes assim:

Um lápis cor de rosa de ponta bem afiada e muito mal arrumado.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um minuto de silêncio

pela ira do fascista do Jumento que deve estar passado com esta decisão. A aplicação da onomatopeia "hihihi" parece-me perfeita para este pequeno momento literário aqui na Força Suprema.

Tão perfeita como esta foto que, para mim, é uma boa homonagem a um dia marcado por um pouco de justiça social. Coisa rara nestes últimos tempos.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013